"(...)é uma empresa portuguesa que controla os comboios noruegueses, finlandeses e holandeses através de um software feito ali no Campo Grande."
A última revista do Sol conta a estória: a Siscog, a primeira empresa portuguesa a exportar software (há 20 anos), controla através dos seus sistemas as linhas de comboio na Noruega, Finlândia, Holanda e, atenção, no metro de Londres.
A Siscog tem a maioria dos seus clientes fora do país. Porquê? Os fundadores, Ernesto Morgado e João Pavão Martins, explicam: "os portugueses têm um problema sério: não acreditam neles. Acreditam mais no que é feito lá fora e nós sentimos isso".
Naturalmente. Seguindo o Santo Graal queirosiano, o português pensa que só pode ser brincadeirinha essa coisa de um tuga botar as mãos no software dos comboios da Finlândia, país da Nokia. Mas a rarefacção de clientes portugueses (o Metro de Lisboa é o único) não se explica apenas pelo queirosianismo de vão de escada. Há outra explicação: em Portugal "nunca houve uma grande preocupação com a produtividade e as soluções que oferecemos são para a aumentar".
Ora, o software da Siscog gere turnos e folgas dos trabalhadores, e em Portugal esse departamento, como se sabe, é propriedade privada do software apuradíssimo dos sindicatos. "Muitas das empresas com que lidávamos", continuam os líderes da Sisgog, "eram estatais e não tinham problemas desses. O patrão nunca ia à falência". Uma reportagem sobre uma empresa transforma-se assim numa autópsia dos problemas clássicos da nação.
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